sábado, 4 de setembro de 2010

o argonauta das sensações verdadeiras.

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"Pesa-me que a razão me compila a dizer estas nenhumas palavras ante a obra do meu Mestre, de não poder escrever, de útil ou de necessário, com a cabeça, mais que disse, com o coração, na Ode [XIV] do Livro I meu, com o qual choro o homem que foi para mim, como virá a ser para mais que muitos, o revelador da Realidade, ou, como ele mesmo disse, "o Argonauta das sensações verdadeiras"- o grande Libertador, que nos restituiu, cantando, ao nada luminoso que somos; que nos arrancou à morte e à vida, deixando-nos entre as simples coisas, que nada conhecem, em seu decurso, de viver nem de morrer; que nos livrou da esperança e da desesperança, para que não nos consolemos sem razão nem nos entristeçamos sem causa". 

(Prefácio de Ricardo Reis para a obra de Alberto Caeiro)


Sobre a dor, palavra... Tem horas que o silêncio não é - definitivamente - nenhum consolo.
Obrigada aos amigos-afetos-coração-palavra. 
Com todo amor que me coube, me cabe, me caberá.
Transbordante.


*mergulhos oferendados pelo fotógrafo Aaron Farley.


2 comentários:

  1. ceeerto que, mais uma vez, achei que eras tu na foto

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  2. "Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso." Clarisse Lispector... (henrique marcusso)

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Voe...