quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fotografia sem câmera: revisitando escritos tomados pelo tempo e pela memória

Naquele momento eu senti que presisava de muito mais ar do que minhas narinas poderiam suportar.
era como se me faltasse espaço para entrar tamanha quantidade
por ora uma sensação de sufocamento
além-velocidade que eu poderia voar
era como se eu adentrasse as estradas
fizesse parte delas
momentaneamente eu me deslocava em direção ao sol
sim, ele é laranja ou cor de
mas sempre me doía os olhos quando o encarava bem de frente
aquele vento amenizava o raio cego indo ao encontro da imagem que nunca vou esquecer
na ponte, em um horário não estabelecido pelos ponteiros, mas ao relento do acaso
o sol laranja ou cor de
é um híbrido
e se mistura com a cidade

(Escrito depois da viagem de moto vindo do laranjal, pelotas, RS, 2006. Revisito esse escrito justo agora que estarei de volta em Pelotas... Só quem morou nesta cidade sabe o que estou falando)

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